Kamila Denlescki - Estrela Píer

Kamila Denlescki - Estrela Píer.

Editora: Novo Século
Ano: 2009
Páginas: 231

Lucia Píer Eli venceu um concurso para conhecer o astro hollywoodiano mais cobiçado pelas mulheres e pelos paparazzis, o ator inglês Richard Clevehouse. Ela embarca na ânsia de viver em Londres dias inesquecíveis. Lúcia sabe que em breve terá que voltar para a sua vida em São Paulo. Mas nem tudo será como ela pensa.

Comentários:

Mais um livro nacional que vem comprovar que há autores bons em qualquer lugar... e esses merecem e estão conquistando um espaço bem maior dentro das editoras. Espero que a literatura nacional não saia de moda!!!

Vamos aos detalhes da história:

Lucia Píer Eli foi abandonada ainda criança pelos seus pais e criada pela avó, Marisa, juntamente com a sua irmã menor, Lara. Ela trabalha como bibliotecária em uma escola particular, afinal é apaixonada pelos livros, ganhando até o apelido de 'traça'. Um dos meninos do colégio a convida para ir ao cinema, assistir ao novo filme do astro hollywoodiano do momento, Richard Clevehouse, com o qual ela fica impressionada. Coincidentemente, no outro dia surge uma promoção para conhecê-lo e jantar com ele em Londres. Adivinha quem ganha? O que Lucia não esperava era ir de encontro a tantos perigos e perseguições e, pior que isso, conhecer um vilão "tão mocinho" e apaixonante...

Esclarecendo alguns pontos:

* O início do romance nem de longe nos prepara para os fatos que ocorrem a partir do meio do livro (não posso falar sobre isso, seria um super-hiper-mega spoiler!)... A autora vai deixando pistas bem sutis, mas nada que faça com que imaginemos quem são os verdadeiros vilões da história e o que poderia significar aquela estranha marca de nascença em algumas personagens. Gostei bastante disso!!! Além disso, Kamila tem um jeito poético de escrever, utilizando metáforas que encantam pela delicadeza;

* Acho que qualquer pessoa que goste de livros (o caso de várias pessoas queridas nessa blogosfera literária...) vai se identificar com a Lucia, com seus livros amados. A personagem é encantadora, ainda que seja bastante condescendente com o Carlos (eu já o teria mandando 'cheirar mulambo', como dizem por aqui! rsrs), mas ela amadurece bastante do meio para o fim da história;

* Outro detalhe admirável é a união entre os membros restantes da família Píer, a avó Marisa, Lucia e a pequena Lara. A relação delas é muito amorosa... Inclusive destaquei várias partes de tocar o coração entre as três, uma delas pode ser apreciada nos destaques românticos.

* Richard Clevehouse é um mocinho 'dando pinta' de vilão, mas que nos inspira a vontade de cuidar de seu cabelo cor de chá de erva-doce desgrenhado. Com seus tiques nervosos e a 'retaguarda' totalmente apreciável, ele foi criado para ser o rival, o anti-herói da história, disputar o amor de Lucia com seu próprio irmão, também ator, Kim Laurel;

* Se eu fosse Lucia também não teria dúvida alguma ao escolher entre o Richard e o Kim! (Meninas apaixonadas pelo Rick, levantem a mão. \o/ )

* Kamila, que epílogo é esse? Já que não sou apreciadora de finais enigmáticos, quero logo saber sobre a continuação... Está perto de ser lançada???? Eu preciso ler o restante dessa história!!!

* Falando em continuação, - que já foi confirmada pela autora - deixo como sugestão para a Ed. Novo Século, priorizar a etapa de revisão dos livros lançados...

* Por tudo isso e muito mais detalhes que não pude revelar (para não estragar a surpresa dos futuros leitores), Estrela Píer é um livro que merece ser lido e divulgado. Com boas doses de mistério, de romance e de poesia, esse livro encantará e surpreenderá qualquer pessoa que o tenha em mãos. Super recomendado!!!

Aproveito para agradecer a autora, Kamila Denlescki, pela gentileza de me mandar um exemplar para que eu tivesse a oportunidade de apreciar essa bela história. Adorei!!! :)

Destaques românticos:

1. "'Lu
Você está bem?
Eu estou bem!
Você vai me trazer doces?'

E nas três linhas seguintes o desenho de um brigadeiro.

'Eu vou ficar esperando você voltar. Ah, lembra que eu te falei do Fernando? Bem, ele é chato, Lucia. Eu não gosto mais dele. Será que um dia eu vou gostar de alguém?'

Oito anos mais velha que ela e eu ainda me perguntava isso.

'Acho que é só. Eu te amo, Pierela.'

Conforme esperado, a carta doera. Estar longe era como estar ausente e eu não queria estar ausente. Eu queria, na verdade, invadir a escolinha de Lara, pegar esse tal Fernando pelos colarinhos e lhe dizer que minha irmã era a mulher mais incrível que ele teria a oportunidade de conhecer. Que homem ousaria dispensá-la, mesmo que esse homem tivesse pouco mais de nove anos?"

2. " - Eu pensei que fosse forte, pensei que seria fácil ficar ao seu lado como amigo, mas não é. É muito difícil, você é... você é impossível.
- Isso é uma crítica?
A expressão de Rick se tornou dolorida. - Não... - sua expressão também era de obviedade. - Eu sabia que seria difícil, mas eu não fazia ideia que você chegaria tão rápido. Eu não estava preparado. Você chegou como força da natureza e devastou o que viu pela frente. Devastou o meu mundo.
- Dois mundos devastados, então. - murmurei de forma inaudível.
Como assim? Ele falava como se estivesse me esperando. Uma frase de Robert me veio à mente: "O que você tem? Você é a Lucia, ora bolas. De que outra mulher no mundo ele gostaria senão da Lucia?" Demorei um tempo considerável para entender parte do que Rick me dissera.
- Você estava me esperando?
- Eu estou te esperando desde que eu nasci, Lucia - eu amava aquela voz proclamar meu nome, ainda mais nesse contexto. - Mas onde quer que eu esteja, você não pode estar."

3. " - (...)Eu sou um vilão. Eu tenho raiva, muita raiva. É difícil controlar.
- Você tem o maior coração que eu vi na vida. Eu confio em você.
- Eu jamais faria mal a você, meu alvo de adoração. Eu faria mal a quem tentasse contra você, meu caminho para sair da escuridão em que vivo. E eu quero sair da escuridão, eu quero ser uma pessoa boa.
- Eu posso te ajudar, Rick - estava sendo oferecida? Ah, dane-se. Eu podia ajudá-lo, tinha certeza disso."

4. "Uma coisa eu posso dizer com propriedade. Em meus poucos anos de vida, eu já sabia que, conforme um raio, o amor romântico não podia nascer duas vezes no mesmo terreno. E só era amor aquele que tinha raízes tão profundas quanto a beleza das flores. Eu não me refiro à paixão, à pele, ao desejo. Eu me refiro a fatos sublimes dos sentimentos inexplorados, das noites sem dormir, dos sonhos inacabados. Eu falo de um amor sublime e verdadeiro, que só se é possível sentir uma única vez, relacionado a uma pessoa. Minha pessoa era Rick, nosso momento era o sempre, embora nos contrariassem a ciência e a conveniência.
Era doloroso saber que, em algum lugar de Londres, meu inglês pensava que eu amaria Kim à primeira vista. Se estivesse sofrendo, eu queria todo o sentimento para mim. E se tivesse direito a um último pedido, desejaria não ter medo de dizer que o amava."

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É isso! Até o próximo livro com coração...