Related Posts with Thumbnails
RSS

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Desafio Literário 2010 - Livro reserva de Fevereiro.


Gregory Maguire - Confissões de uma Irmã de Cinderela.

Editora: José Olympio
Páginas: 390

Ano: 2006

Todos nós já ouvimos a história de Cinderela, a bela criança transformada em escrava e renascida das cinzas. Mas e suas irmãs de criação, as duas exiladas na ignomínia pela fala da amável filha de seu padrasto? Qual destino é guardado àqueles desprovidos de beleza? E que maldições acompanham a bela aparência? Contextualizada na Holanda do século XVII, Confissões de uma Irmã de Cinderela conta a história de Íris, uma heroína peculiar que sai das ruas de Haarlem para um estranho mundo de riqueza, artimanhas e ambição. Seu caminho cruza-se com o de Clara, a menina misteriosa e assustadoramente bonita destinada a se tornar sua irmã. Enquanto Clara se refugia nas cinzas do acolhimento da família, Íris sai em busca dos obscuros segredos de sua nova casa e da traiçoeira verdade de sua antiga vida. Muito mais do que um simples conto de fadas, Confissões de uma Irmã de Cinderela é um romance de beleza e traição, ilusão e entendimento, que nos lembra que a decepção pode surgir, assim como o amor, dos lugares menos esperados.

Comentários:

Se você adora aqueles livros de romances nos quais as personagens passam por percalços, mas conseguem encontrar motivos para crer na felicidade ou que terminam no 'felizes para sempre', certamente esse não é o seu tipo.

Essa história é daquelas que te inquietam, levam a pensar, em que cada linha desdobra-se em questionamentos e lições.
Terminei sua leitura numa dúvida cruel: gostei ou não gostei? Mas como ele mesmo discute esse nosso costume de classificar coisas em uma ou outra categoria, digo que ele não se encaixa em nenhuma.

(...) Você podia nascer como a senhora Handelaers de queixo de jumento ou a des­lumbrante Clara van den Meer, a Jovem com Tulipas. Como tentamos imobilizar o mundo entre extremos opostos! E num mundo destes, como Margarethe costumava perguntar, qual é a utilidade da beleza? Passei minha vida cercada por pintores e ainda não sei a resposta. Mas suspeito, em alguns dias, que a beleza ajuda a proteger o espírito da humanidade, envolve-a em ataduras e a socorre, para que possamos sobreviver. A beleza não é um fim em si mesma, mas torna nossas vidas menos infelizes para que possamos ser mais generosos... Bem, então, vamos ter a beleza, pintada em nossas porcelanas, pendurada em nossas paredes, soando através de nossas histórias. Somos uma triste tribo de bestas. Precisamos de toda a ajuda que possam nos dar.

Vamos aos detalhes dessa história:

Margarethe Fisher fugiu da Inglaterra com suas duas filhas, Ruth e Íris, após a morte de seu marido. Ela, então, voltou à Holanda, sua terra natal, para ficar na casa de seus familiares. Ao chegar, descobre que esses faleceram, precisando recorrer à caridade alheia para alimentar suas filhas. São recolhidas pelo Mestre - um pintor meio recluso que divide a casa e as tarefas com seu aprendiz, Caspar - que em troca da hospegagem e comida, recebe ajuda doméstica e um rosto para pintar, ainda que não belo. Esse quadro, da pequena Íris em meio as flores silvestres, chama atenção de um possível patrono, Cornelius Van den Meer. Ele contrata os serviços do Mestre para pintar sua belíssima filha, Clara Van den Meer, e suas tulipas, e Íris para fazer companhia e ensinar inglês para Clara. Dessa forma, a família Fisher passa a morar na mansão e conviver com a beleza e riqueza. Após a morte da senhora Van den Meer, Margarethe casa com Cornelius, passando a ser uma dama da sociedade e Clara assume as tarefas domésticas. Íris começa a aprender a pintar. Tudo vai mais ou menos bem até que o mercado das tulipas tem um súbita queda e os Van den Meer perdem todo seu dinheiro. Agora, a madrasta de Clara explora sua beleza e faz tudo para que Íris seja a escolhida pelo príncipe no baile... Será esse o final perfeito para a história?

Esclarecendo alguns pontos:

* Sabemos logo no início o que aconteceu com Clara. É realmente inusitado receber essa informação... totalmente diferente do que estamos acostumados e esperamos ao ler uma história;

* O livro é um tanto cansativo. O ritmo dele é lento, já que conta tudo nos mínimos detalhes, além das suposições um tanto quanto pessimistas. Porém, achei interessante e envolvente do meio para o final da história;

* Gostei muito de Íris... descrita como sem graça e feia, mas com inteligência e coragem. Ela consegue ser a personagem mais cativante da história, ainda que não seja totalmente linear. Como já disse, acho que todos temos dias de mocinho e dias de vilão... Íris tem alguns sentimentos negativos, frutos de sua insegurança e de tanto ouvir sobre a sua 'feiura';

* Ruth é uma personagem interessante nessa história. Descrita como feia, muda e deficiente mental, ela tem um papel fundamental, que é quase impossível de imaginar;

* Já Clara é uma menina cheia de inseguranças, mimada e super protegida pelos pais... bem diferente da 'imagem' comum da Cinderela, a qual desperta carinho em todas as meninas que já escutaram e sonharam com a sua história;

* A madrasta tem os seus momentos de sabedoria, ainda que seja uma criatura que se corrompe pelo luxo e riqueza. Gostei muito de um de seus diálogos e colocarei abaixo para que vocês apreciem (ou não):

Estamos todos dentro de nossa própria prisão.
(...) E qual é a forma da prisão da senhora? — diz Iris.
Margarethe esfrega o nariz e diz:
— Sempre houve uma janela. Você pode suportar qualquer tipo de prisão se for capaz de apreender uma janela no escuro. Seu pai foi aquela janela para mim.

* Ainda há um romance que conquista a nossa torcida... embora não tenha sido muito desenvolvido ou explorado (como o coração romântico e sonhador dessa senhorita gostaria);

* O epílogo é a parte mais interessante do livro. Finalmente descobrimos quem é a narradora da história e também o destino das personagens;

* Enfim, não é um livro fácil, não é uma história romântica, mas conta uma versão nova, diferente e inquietante de um conto de fadas tão enraizado em nossa memória. Se for ler, deixe de lado a visão romântica da Cinderela e não condene as irmãs à vilania sem antes escutar seus lados da história...

Saldo:

Positivo, ainda que tenha demorado a terminar e seja um livro totalmente diferente dos quais estou acostumada e gosto de ler. Taí a parte do Desafio que faria ampliar os nossos horizontes literários!

~> Link para baixar o livro: clique aqui!

É isso, pessoal!

Até o próximo... 'O Morro dos Ventos Uivantes' está aguardando! :)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

As melhores declarações de amor (Cap. XI).

As declarações de amor não precisam de palavras rebuscadas, enfeitadas, rimas... elas precisam apenas do sentimento verdadeiro. É ele que faz o momento ser inesquecível. As palavras, únicas. E o amor, "eterno enquanto dure".

~> Se você ainda não leu Fazendo Meu Filme ou está lendo, aviso que esse post é um super spoiler.


Querida Fani;

Nesse momento, você deve estar passando por cima de minha cabeça, nos ares. Eu devo estar olhando para cima e pensando: “Lá vai o meu amor”.
Vou te contar uma historinha, que um dia – se você virar (e eu tenho certeza de que você vai) uma roteirista de cinema bem famosa – você pode transformar em um desses filmes de amorzinho de que você gosta tanto.

Era uma vez um Menino que era amigo de um monte de gente. Certo dia, apareceu na vida dele uma Menina, que não era amiga de quase ninguém, que gostava de dizer que qualidade era mais importante do que quantidade, mas achou que aquele menino fosse digno dos tais poucos amigos que ela contava nos dedos da sua mão direita.
Os dois se tornaram inseparáveis, e o Menino percebeu que os momentos mais coloridos da vida dele eram passados ao lado dela. Ele começou a ter vontade de passar mais e mais tempo com aquela Menina e passou a fazer de tudo para que ela notasse isso (gravou músicas, escreveu declarações de amor anônimas...), só que nada adiantou.
Depois de reparar muito, ele descobriu que ela não percebia o amor dele porque não era com ele que a Menina queria ficar, mas sim com um outro cara, mais velho, que não tinha nada a ver com ela. O Menino ficou com muita raiva. Ele queria bater naquele cara, mas não queria que a Menina descobrisse que ele sabia da paixão secreta dela.
O Menino percebeu que tinha que esperar que a Menina descobrisse por ela mesma que o tal cara não prestava. Só que, nessa espera, apareceu uma outra menina na vida do Menino e ele pensou que talvez ela pudesse fazer com que ele se esquecesse da Menina.
Quando a Menina finalmente entendeu que aquela paixão dela não valia a pena, o Menino pulou de alegria, apesar de ter ficado triste pelo fato de ela estar sofrendo. Acontece que, nessas alturas, ele já estava com a outra menina e, como ela era muito ciumenta, não deixava que ele chegasse muito perto para consolar a Menina, como ele gostaria.
Um belo dia (diz-se dia, mas na verdade era noite), aconteceu um baile. O Menino não queria ir, mas a Menina fez o Menino sentir como seria importante para ela se ele fosse... então ele foi, mas chegando lá percebeu duas coisas.
A primeira ele já sabia: que a menina com quem ele estava não merecia que ele passasse nem mais um segundo ao lado dela. E a segunda coisa – que ele também sabia, mas não tinha idéia de que era tanto – era que ele estava (sempre tinha sido) apaixonado por aquela Menina, que era bem mais do que uma amiga aos olhos dele.
Ele acordou no dia seguinte àquela festa muito triste e chegou à conclusão de que deveria se afastar dela a todo custo, não só porque ser apenas amigo era muito ruim, mas porque, em pouco tempo, ela iria viajar para terras distantes, e já que ele teria que ficar sem ela mesmo, era melhor que se acostumasse logo com essa ideia.
Só que, quanto mais ele se distanciava, mais ela se aproximava. Ela não tinha ideia de como estava sendo difícil para ele tratá-la com tanta indiferença. Mas mesmo assim ele não sucumbiu e deu um jeito de ir para longe.
Mas o acaso não quis de jeito nenhum deixar que o Menino seguisse o plano dele. A Menina deu sinal de vida do lado de lá, e ele tremeu na base do lado de cá. Derreteu-se completamente, mas ainda assim tentou cumprir a resolução de só encontrá-la no último dia, para uma rápida despedida.
Só que ele não contava com uma surpresa. E que surpresa! A Menina criou para ele um presente, em formato de embrulho quadradinho. Quando ele abriu, saíram chocolates, estrelas, corações, balas... todas as coisas deliciosas que ele sempre quis dela, mas que já tinha perdido a esperança de receber. O presente dela encheu a vida dele de melodia.
Ele passou a noite em claro, primeiro ouvindo todas aquelas músicas, repetidas vezes, sem cansar, sorrindo para o teto, como se ele tivesse sido o premiado de um grande sorteio. E era assim que ele se sentia. Ganhar o amor daquela Menina era o melhor prêmio que ele poderia desejar.
Mas, de repente, o Menino entristeceu-se.
Não era justo que ele fosse egoísta ao ponto de querer viver aquela felicidade naquele momento, naquele exato instante em que a Menina estava indo conhecer outros mundos. Se ele já tinha esperado tanto tempo, poderia esperar um pouco mais... um ano a mais.
Ele não queria que a Menina fosse viajar triste, imaginando o que estaria deixando para trás.
Ele queria só o bem dela. Ele queria que ela fosse tão feliz quanto o fazia.
Sendo assim, o Menino bolou um plano. Ele ia fazer de conta de que não sabia de nada, porque quando ela descobrisse a verdade – por uma carta que ele ia entregar – ela já estaria distante, e teria várias novidades que não deixariam que ela ficasse pensando nele.
O único porém é que ele não agüentaria vê-la indo embora. Então ele resolveu se despedir antes. Para que a imagem dela na cabeça dele ficasse sempre aquela. Da Menina linda que entrou na vida do Menino para encher tudo de cor.

Fanizinha, o resto da história acho que você já imagina. Cheguei em casa ontem do Rio e fui direto ouvir o seu presente.
Eu te adoro, sempre adorei, mas não contava que esse CD fosse me contar que isso era recíproco. É recíproco? Ainda não consigo acreditar... Posso estar sendo bobo, enxergando o que eu quero ver, deixando a minha imaginação tomar conta, mas estou apostando no meu coração e tentando me convencer que isso tudo pode ser real.
Desculpe-me mais uma vez por não ir ao aeroporto. Eu não queria chorar na frente de todo mundo. Nem te fazer chorar.
Me faz um favor? Aproveita muuuito a sua viagem, faça com que ela compense o tempo que a gente vai ter que ficar separado. Curta tudo, seja feliz, para que você volte ainda mais linda do que já é.
Um ano passa muito rápido.
E eu vou estar aqui te esperando.
Te adoro. Lembre sempre disso.
Um milhão de beijos.

Leo


Créditos:

* Imagem da capa - Disponível em: http://www.skoob.com.br/livro/sobre/14560/edicoes:1

* Texto digitado pelos dedos indicadores dessa senhorita - Retirado de: PIMENTA, Paula. Fazendo Meu Filme. Belo Horizonte: Gutenberg, 2009. p. 317-321


Não é a toa que esse livro virou meu queridinho... É muito fofo mesmo! E já marquei meu lugar nº mil na fila de pretendentes do Leo caso a Fane não o queira... rsrsrs

P.S.: O Lost In Chick-Lit (o blog charmoso da Ju) está sorteando o Fazendo Meu Filme. Clique no banner e concorra!



É isso, pessoal! Até a próxima! ;)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Desafio Literário 2010 - Fevereiro!


Marilyn Kaye - Penelope

Editora: Galera Record
Páginas: 240
Ano: 2008


Penelope Wilhern tem tudo o que uma garota pode querer: uma família rica e da alta sociedade, um quarto adorável e muitas roupas de estilistas famosos. Mas nem tudo é perfeito e ela tem um problema... foi amaldiçoada com um nariz de porco, e a maldição só será quebrada quando alguém de sua mesma classe social aceitá-la como ela é.
Isolada do mundo pela família envergonhada, Penelope precisa entrevistar uma fila de solteiros esnobes na tentativa desesperada de encontrar um marido e acabar com a maldição. Mas ela deseja muito mais da vida e, depois que os planos de sua mãe e de uma casamenteira profissional desandam, ela resolve fugir e cair no mundo em busca de liberdade.


Comentários:

O que você pensaria se a todo o momento dissessem que você precisa se casar para ser alguém, para ter um rosto bonito? Passaria a repetir e acreditar nessas palavras, não é? Isso é o que ocorre com Penelope. Ela cresceu isolada, escondida, até morta para o mundo, tudo isso por carregar uma maldição de família e ter orelhas e nariz de porco. Ao chegar à idade de casar (será que há essa idade? Pensamento e expressão totalmente ultrapassada, porém ainda usada...), sua mãe, ao lado de uma profissional, recruta (expressão cabível e quase perfeita para exprimir as atitudes da mãe) os solteiros de sangue azul que podem acabar com a maldição. Entretanto, eles fogem assustados quando o rosto de Penelope é revelado. Menos um. Será esse o príncipe encantado que desencantará essa “menina porca”?

Escolhi esse livro para o mês de fevereiro porque já fazia algum tempo que eu o tinha baixado e, ainda, por ter amado o filme. Para quem não sabe, essa história é baseada no filme homônimo, protagonizado pela Christina Ricci, James McAvoy e com uma pontinha da Reese Witherspoon.


(...) Jovens ou velhos, baixinhos ou altos, todos temos alguma coisa que gostaríamos de mudar em nós mesmos. Às vezes, permi­timos que essas inseguranças definam quem somos e atrapa­lhem todas as coisas maravilhosas que poderíamos conquistar. Penelope nos ensina a vencer nossos medos, aceitar de cora­ção aberto as coisas que nos tornam únicos e dar valor à nos­sa individualidade. Ela encara o mundo sem medo e sempre maravilhada.
Espero que esta história inspire você a tentar ser um pou­co mais como Penelope e a aprender a amar tudo aquilo que é realmente único em você.


Introdução de Reese Witherspoon

Esclarecendo alguns pontos:

* Adoro contos de fadas!!! Mesmo agora, já crescida, sempre procuro por livros que resgatem a fórmula desses. Então, posso dizer que fiquei satisfeitíssima com a proposta da Vivi para esse mês;

* Livro infanto-juvenil... história rápida e doce. Protagonista fofa que traça uma trajetória crescente, saindo dos pensamentos suicidas para a descoberta do mundo, da liberdade, de amigos, do amor próprio e do amor romântico. Merece ser lido por jovens e não tão jovens, pois traz uma lição que deve ser aprendida e exercitada por muitas pessoas ainda;

* Algumas personagens, àquelas que seriam as vilãs, revelam lados inesperados, fragilidades, atitudes éticas e decentes. Gostei disso! Acho que todos temos dias de mocinho e dias de vilão. Ninguém é totalmente mau ou totalmente bom. Vivemos em uma luta eterna entre esses dois sentimentos;

* Quando a maldição é desfeita (e é bem diferente do que eu - e talvez você - poderia imaginar!), Jessica Wilhern fica desconsolada, nem de longe poderia esperar que fosse mais fácil do que supunha anteriormente, mas, como uma pessoa fútil e superficial, nem assim ama a filha como ela é. Algumas pessoas simplesmente não mudam! Alguém mais a-d-o-r-o-u o seu final nem tão feliz? hehehe!

* Livro queridinho do mês! Pelo que andei vendo em muitos blogs participantes do Desafio Literário, vários escolheram esse livro, por isso, procurei não visitar minhas amigas e ler livre de palavras e opiniões alheias. Acho que consegui!!!

* Para quem se interessar pelo livro, procure assistir ao filme depois. Já que o livro é inspirado no roteiro, pode ser - para alguns - um tanto frustrante assistir e ler a mesma coisa;

* A capa do livro é linda, mas procurando imagens do filme, encontrei a capa original. Ela é totalmente perfeita e de acordo com a versão cinematográfica. Poderia ter sido usada, não é?

Saldo:


Mantendo-me fiel ao pensamento de não dar uma nota, digo que o saldo continua positivo. Tenho amado todos os livros escolhidos até agora. Essa história conquista pela doçura e pela mensagem e deve ser apreciada por outras pessoas. Que tal você? É só clicar aqui!

É isso!
Deixa agora eu correr para a leitura do reserva... Até daqui a pouco!
Beijos!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fazendo Meu Filme 2


Paula Pimenta - Fazendo Meu Filme 2
Fani na Terra da Rainha

Editora: Gutenberg.

Páginas: 325

Depois de conquistar milhares de leitores e leitoras, a nossa doce e querida Fani volta ainda mais divertida e encantadora. O segundo volume do livro Fazendo Meu Filme apresenta as aventuras de Estefânia Castelino Belluz na terra da rainha. Sim, na Inglaterra! Longe do grande amor, ela passa por momentos de alegria, dor, saudade, tristeza e, mais do que isso, pode conhecer melhor a si mesma. Sem deixar de lado suas amigas inseparáveis e sua família, ela consegue, no outro continente, viver momentos cheios de suspense, revelações, aventuras, descobertas e emoções fortíssimas! Feliz, triste, preocupada, ansiosa, temerosa, otimista, insegura, cheia de si, apaixonada, desiludida, seja como estiver, Fani mostra a cada página deste livro que não é mais aquela menina tão frágil que muitas vezes se escondia por trás de sua timidez.

Comentários:

O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que, se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim... Vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez.... Daí eu fui. Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar.
(Lisbela e o Prisioneiro)

Novamente começo um post com um trecho de um filme, tanto por colecioná-los quanto por estar contaminada pelo jeito Pimenta de ser. Normalmente associaríamos pimenta com ardência, porém essa é tão doce quanto chupar manga madura no pé, lambuzando a cara e sorrindo dessa peraltagem.
Acho que ser adolescente é sentir ao extremo. Fase complicada de viver e saborosa ao lembrar. Mas nem pense que ao “adultecer” as coisas melhoram... simplesmente mudam de nome.

Fique por dentro da história:

Toda essa introdução dispensável foi para entrar no clima de Fazendo Meu Filme 2 – Fani na Terra da Rainha.

Temos de volta nossa querida Fani e companhia. Dessa vez, ela está bem longe das terras brasileiras, da saia de sua mãe, do colo do papai, dos papos animados das amigas, dos braços de seu ex melhor amigo e futuro namorado. Está na Inglaterra... incerta sobre a sua vida, com um medo danado de ser esquecida por aqueles que ama... mas com um novo mundo que merece ser desvendado, com novos amigos a conquistar, uma língua para dominar, aventuras para viver, filmes para conhecer, comprar e ganhar.
Durante o ano de intercâmbio, Fani precisa tomar decisões, escolher entre um amor antigo e um novo, resolver o caso misterioso das flores, músicas e filmes, descobrir que, algumas vezes, fazer o certo pode despertar mágoas. Tudo isso sem perder a chance de errar, crescer, sorrir, amadurecer, chorar, aprofundar sentimentos... para ser tudo que pode.

Esclarecendo alguns pontos:

* Se você, assim como eu, está (quase) cansada de histórias sobrenaturais, totalmente irreais, com mocinhas com poderes mágicos, apaixonadas por seres míticos, belas demais, milionárias, patricinhas... Você está precisando de doses de Fani em sua vida, urgentemente! Sim, porque ela certamente poderia ser inspirada em você e as amigas dela, nas suas. Pense em uma história construída com verossimilhança... totalmente envolta com camadas de sensibilidade e doçura, que conquista, cativa, vicia dos mais jovens aos não tão jovens assim;

* A autora mantem o padrão do livro anterior... Podem esperar por novos trechos de filmes abrindo cada capítulo, outras músicas – absolutamente apaixonantes e românticas - trocadas entre a Fani e o Leo, e as mesmas cinco estrelinhas que, certamente, acompanharão os demais livros dessa série;

* A Fani está na Inglaterra... E como será que está o pessoal que passei a considerar amigos? O Leo, a Gabi, Natália, Priscila, Alberto, entre outros personagens do primeiro livro? Não chega a bater saudade deles. Sempre há um e-mail ou conversa no MSN que faz com que fiquemos por dentro do que acontece no Brasil;

* Aparecem novos personagens que também são ótimos, como todos da família anfitriã, a Ana Elisa e a mãe e o TDB do Christian... Nossa! Essa menina é muito sortuda... Deixa um pouquinho para nós, dona Fani;

* O Christian pode ser lindo, ter o cabelo arrumadinho, mas sou fã do Leo e ponto. Vai ser romântico, altruísta e fofo assim lá em casa... rsrsrsrs;

* A Fani amadurece muito durante esse intercâmbio. Faz coisas que nem sonharia ser capaz, toma as decisões difíceis, porém certas... Pode deixar por perto a caixinha de lenços... Você vai precisar!

* Quem me conhece, sabe que eu adoro livro em série. Acho que é porque quando me apego, não quero largar! E essa história, então, fiquei apaixonada e totalmente viciada. A boa notícia é que o FMF 3 chegará em outubro. A má notícia é que o FMF 3 só sairá em outubro. O que eu faço até lá? =/

* Ops... ia esquecendo! Se você, assim como eu, a-d-o-r-o-u as músicas trocadas entre o Leo e a Fani, ficará feliz em saber que a Paula, gentilmente, disponibilizou todas (do FMF 1 e FMF 2) aqui! Baixe e escute sem moderação!

# Spoiler #
Destaques românticos:

1.
(...) Você entrou naquela sala de embarque, aquele drama de novela, todo mundo que estava se segurando pra não chorar na sua frente perdeu a pose e começou a chorar pra valer, isso inclui seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua cunhada, a Juju (que eu acho que nem estava chorando por sua causa, mas sim porque ninguém estava dando atenção a ela, que queria de todo jeito um Milk-shake do Bob’s), suas tias, primas, avós, eu, a Natália e... o Leo. É, o Leo chorou, mas pode ir tirando esse sorriso do rosto aí porque foi só um pouquinho. Na hora em que eu olhei pra ele e vi, ele meio que passou a mão no nariz e fingiu que estava gripado, até um espirro fajuto ele fingiu, mas EU SEI que ele estava chorando e que deve ter chorado mais um tempão depois que nós deixamos ele em casa.”

2.(...) Quero te falar uma coisa, mas estou sem graça. Mas vou te falar assim mesmo, porque essa semana eu tive certeza disso.
Eu te amo. Acho que desde o primeiro dia que te vi.


3.(...) Não pensar no Leo não queria dizer que eu quisesse ficar com outra pessoa. Muito pelo contrário. Eu quero ficar só com ele pelo resto da minha vida. Mas eu quero que o resto da minha vida comece daqui a um ano. Se eu deixar que o Leo fique na minha cabeça, não vou achar graça em nada aqui, porque coisa nenhuma no mundo tem comparação com ele.”

4.(...) Da próxima vez que for destruir o coração de alguém, pense duas vezes. Você pode estar lá dentro.”

5.Eu preferia esperar. Eu sabia que tinha uma grande possibilidade de passar a vida sem que eu me sentisse preparada, pois isso dependia especialmente de uma coisa: encontrar a pessoa certa. Por causa de todos os filmes de amor a que eu já assisti na vida (onde sempre que o casal de protagonistas se encontra o cenário é lindo, a trilha sonora é romântica e o olhar dos dois mostra que eles nasceram um para o outro), eu esperava encontrar um menino que fizesse o meu coração ultrapassar o limite de velocidade, eu almejava que um olhar dele me fizesse derreter e que um beijo me levasse até a lua. Aí, sim, eu saberia que era ele. E então eu não teria o menor problema em ir na casa dele tomar um chocolate quente ou assistir à televisão mais à vontade em um quarto de hotel.
Apenas uma vez na vida alguém havia feito com que eu tivesse a ilusão de estar vivendo um roteiro de cinema
.”

6.(...) As ‘dores de amores’ irão te acompanhar para sempre. Não sofrer significa não amar. Quando entregamos nosso coração para alguém, estamos atestando que não somos mais os únicos responsáveis por ele, nossa felicidade passa a estar também nas mãos de outra pessoa. Algumas vezes, essa pessoa nos entrega o próprio coração em retorno, e aí nos sentimos preenchidos. Ao contrário, quando ela prefere manter seu coração para si (ou entregá-lo para outro), ficamos supervazios, pois apenas o nosso já não nos basta.
(...) Toda a graça da vida está nesse jogo de amor. Apostamos sempre, em busca da combinação que nos faça ganhar o maior prêmio: a felicidade de um amor recíproco.”

7.(...) É como se o filme mais intenso a que eu já assisti na vida chegasse ao final. Sei que não poderei comprar o DVD dele para a minha coleção, mas tenho certeza de que cada uma das cenas, de que todas as imagens e diálogos dele vão continuar existindo para sempre em meu coração.Estou indo embora. Não sei o que me espera. Mas aprendi que a felicidade é uma opção. Ela mora em todo lugar. Basta que a gente permita que ela nos faça companhia. Eu espero que ela tenha entrado comigo nesse avião... ou melhor, que esteja me esperando no aeroporto.”

~> Gostou? Você pode adquirir o seu aqui!

Postagem interligada: Fazendo Meu Filme 1

Mil beijos! Até o próximo livro com coração...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Fazendo Meu Filme 1


Paula Pimenta - Fazendo Meu Filme.
1 - A Estréia de Fani

Editora: Gutenberg.
Páginas: 328


Tudo muda na vida de Fani quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio e morar um ano em outro país. As reveladoras conversas por telefone ou MSN e os constantes bilhetinhos durante a aula passam a ter outro assunto: a viagem que se aproxima.
“Fazendo meu filme” nos apresenta o fascinante universo de uma menina cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina, com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em um outro país e mergulhar num mundo cheio de novas possibilidades.

Comentários:

Para ser fiel ao livro em questão, começarei com um trecho de filme:

A vida não é quantas vezes você respirou, mas sim quantas vezes você ficou sem ar...
(Hitch - Conselheiro Amoroso)

Todas as vezes nas quais leio um bom livro fico sem ar. Sou daquelas leitoras que vivem a história, passam a ser íntimas das personagens, torcem, protegem, defendem... riem, choram, sentem falta... daquelas que, já pertinho do final, demoram a passar a página com um medo terrível do último ponto final, da hora dolorosa do adeus. É difícil terminar um livro, encerrar uma história, ver as personagens irem... ainda mais quando essa personagem parece com a menina que você foi, ou quer ser.

Assim foi com Fazendo Meu Filme (dou cinco estrelinhas, como diria a Fani!).

Vamos aos detalhes da história:

Estefânia Castelino Belluz (narradora-personagem), que prefere ser chamada de Fani, é uma garota BRASILEIRÍSSIMA de 16 anos. É apaixonada por filmes e tem uma coleção e tanto de DVDs em seu quarto. Seu sonho é ser cineasta.
Está no segundo ano e sente uma paixão platônica por seu professor de biologia, Marquinhos. Tem duas amigas, Gabi e Natália, e um amigo, Leo, com os quais compartilha (quase) todos seus sentimentos, esperanças e sonhos.
A mãe, preocupada com o seu futuro, decide inscrevê-la em um programa de intercâmbio. A partir daí, ela descobre que nem tudo é o que parece e que o seu verdadeiro amor está mais perto do que poderia imaginar. Será que haverá tempo de resolver todas essas questões antes de passar um ano fora?

Esclarecendo alguns pontos:

* A Paula Pimenta conseguiu escrever um livro verde e amarelo que nada deixa a dever aos estrangeiros. Alguns até apontam a forma de escrita e de envolvimento com os leitores como traços Cabotianos (Lá vai essa senhorita inventar palavras! Leia: semelhanças com a autora da famosa série O Diário da Princesa, Meg Cabot). Sinceramente, eu gosto muito da Meg, mas acho que aquele uso excessivo de gírias teens incomoda... Uma vez, quando acabei de ler um livro dessa autora, tive vontade de reler e contar quantas vezes ela usou a palavra “gato” para caracterizar um garoto. Então, devo dizer que cada uma tem o seu jeitinho de nos cativar;

* Adorei as frases de filmes que abrem cada capítulo... elas são lindas, muito bem escolhidas e norteiam as ações desses;

* A autora consegue tocar em todos os pontos chaves da adolescência. Das confusões internas, do crescimento, da beleza das descobertas, do querer se conhecer melhor, das amizades, das vilãs mirins, das ilusões amorosas, da timidez, das perdas, afastamentos, do primeiro amor, das responsabilidades, das distâncias, dos começos e recomeços. Há quem possa torcer o nariz por tratar-se de um romance juvenil, adolescente, mas quem deixar de lado certos preconceitos bobos poderá reencontrar um pedaço belo de sua história, guardada lá no fundo do baú de memórias. Com certeza, esse reencontro gerará lágrimas de saudade... (o que eu estou dizendo, meio sem querer dizer, é que chorei largado...);

* Se já não soubesse mais ou menos da história, certamente me renderia pelas capas. São lindas e espelham bem o conteúdo do livro;

* Eu amei essa história!!! A Fani poderia ser eu. Primeiro: adoro colecionar frases, sejam essas de filme ou livro. Anoto as que gosto em agendas, cadernos, na palma da mão, etc. Segundo: eu gosto de todos os filmes que foram citados pela Fani e, da lista de preferidos dela, tenho 10 DVDs na minha coleção. E vários já estavam anotados para futuras aquisições. Terceiro: quando empresto qualquer livro ou filme tenho vontade de “ligar todos os dias para perguntar como eles vão”. #Spoiler# Quarto: Também me apaixonei pelo meu melhor amigo! Quinto: Eu adoro a maioria das músicas que ela gravou para o Leo. Principalmente, Preciso Dizer Que Te Amo, que é a música tema do meu primeiro amor. Preciso acrescentar mais?

* As amigas de Fani, principalmente a Gabi, são ótimas. Acho que é fácil fazer amizades, mas mantê-las é complicado. A vida vai nos levando para outras estradas... e algumas pessoas que gostamos ficam para trás. É bom quando, mesmo estando longe, não perdemos o contato. Nada melhor que ter e ser um amigo para todas as horas;

* Gente... o Leo é muito fofo! O que eu faço para ganhar um amigo como ele? A cartinha dele merece entrar para a série As Melhores Declarações de Amor... Falei demais agora!

* A Paula Pimenta realmente não teve dó do meu cofrinho. Ele já era e o seu recheio foi todo empregado na compra do segundo livro, Fazendo Meu Filme 2 - Fani na Terra da Rainha! Já vi que precisarei comprar outro e colocar as moedas do lanche, pois virá o 3. Não estou reclamando, viu?!

* No site do livro (esse aqui
!!!) podemos encontrar os vídeos dos trechos de filmes que aparecem no livro, como também escutar as músicas trocadas entre a Fani e o Leo;

* Alguma chance de pousar em Natal ou Parnamirim - RN? Nada melhor que um autógrafo para deixar os seus livros ainda mais fofos...

Destaques românticos:

1. (...)
Eu ia começar a replicar, quando o Leo – que estava muito calado, só escutando a discussão (sobre o intercâmbio)perguntou: “Você sabe quanto custa uma ligação telefônica para lá?”.
Eu respondi pra ele que eu nem sabia para onde ia, nem se ia.
“Pois me avise assim que souber”, ele disse, todo sério. “Tenho que começar a fazer economia.”

2. (...)
Foi amizade à primeira vista.
A partir daí, não nos desgrudamos. Eu que não tinha nenhum amigo nesse novo colégio, de repente me vi com dois: Gabi e Leo. Os melhores amigos que alguém poderia escolher.
E foi por isso que me deu essa tristeza ao constatar o afastamento dele... tipo, o Leo é super popular, é amigo de todo mundo, se dá bem com todos os grupos, mas eu me sentia meio que preferida, quem ele escolhia para sentar junto, fazer os trabalhos, compartilhar o recreio, passar bilhetinhos... e agora estou me sentindo assim, um pouco... traída.
Engraçado pensar isso, traição de amigo. A gente não tem nenhum contrato, compromisso, não é sócio, casado, namorado... nada. Apenas amigos. Mas ainda assim eu estou me sentindo um pouco passada para trás, trocada...

3. (...) O que eu senti foi uma sensação pela qual eu nunca tinha passado na vida. Um tremor dos pés à cabeça, mas um tremor que me aquecia... e ao mesmo tempo aquele frio na barriga que não ia embora. Meu coração estava tão disparado que eu fiquei até preocupada do Leo escutar, porque nós estávamos praticamente colados. O corpo da gente parecia que tinha sido moldado um no outro e eu podia sentir o perfume dele misturado com o meu. Ele estava me abraçando tão apertado e eu resolvi passar a mão de leve no cabelo dele, ele começou a mexer seu rosto bem devagarzinho, nossas respirações estavam sincronizadas e aquele sentimento em mim foi ficando mais forte. Parecia que meus ossos estavam se deslocando da pele, que eu estava leve, que ia voar.

4. “Quantas estrelinhas você dá pra esse filme (que o Leo fez para a festa de despedida da Fani já que ele não poderia estar presente), Fani?”, a Gabi perguntou achando graça.
“Estrelinhas?”, eu perguntei. “Esse filme tem o astro da minha vida no papel principal e você acha que eu vou classificar com simples estrelinhas? Esse filme merece a Lua, o Sol, a Via Láctea inteira!”
Com certeza, de agora em diante, aquele filme seria o número 1 da minha lista. Para sempre. ”

5.Querida Fani,

Nesse momento, você deve estar passando por cima de minha cabeça, nos ares. Eu devo estar olhando para cima e pensando: “Lá vai o meu amor”.”

6. “Hoje eu sei que nenhum filme é melhor do que a própria vida. Infelizmente, as cenas não podem ser filmadas para que eu possa revê-las, decorar as falas e copiar as melhores frases, mas o melhor DVD já inventado é a nossa memória, uma vez que podemos visitá-la sem precisar de nenhuma aparelhagem.
Sempre achei que os melhores filmes são aqueles que terminam e deixam no ar os futuros acontecimentos, para que possamos inventar por nós mesmos uma continua­ção. Minha vida é assim. Não sei como serão meus próximos capítulos, mas posso imaginá-los e tentar vivê-los o mais fielmente possível ao roteiro que eu mesma vou criar.
Nesta sala de embarque, eu não sei o que vai acontecer de agora em diante, apenas que – nesse momento – esse é o melhor final feliz que eu poderia escolher pra mim.”

~> Gostou? Você pode comprar o seu por aqui:

* Editora Gutenberg ;
* Livraria Cultura ;

Postagem interligada:
Fazendo Meu Filme 2

Beijos! Até o próximo livro com coração...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

As melhores declarações de amor (Cap. X).

As melhores declarações de amor, certamente, devem ser as reais. Essas que são inspiradas pelo sentimento mais puro e verdadeiro – pelo menos no momento de sua feitura – e destinadas a conquistar o coração que bate fora do papel.

Sabendo disso, escolhi, entre tantas cartas de amor, uma que Graciliano Ramos (aquele mesmo do Vidas Secas, Infância, Memórias do Cárcere, etc.) escreveu à sua noiva, Heloisa Medeiros. Essa que veio a ser sua segunda esposa e com qual viveu até o fim de seus dias.


Palmeira, 18 de janeiro de 1928.

Heloisa: mandei-lhe uma carta pelo último correio, e já a necessidade de falar novamente contigo. Se pudesse, empregaria todo o tempo em escrever-te, só para ter o prazer de receber respostas. Tenho tanto que te dizer... Nem sei por onde começar, fico indeciso, com a pena suspensa, vendo interiormente esses olhos que me endoideceram quando os vi pela primeira vez. Muitas coisas para dizer-te, mas coisas que só se dizem em silêncio e que talvez compreendas, se houver afinidade entre nós.
Santo Deus! Como isto é pedantismo! Eu desejava ser simples, dizer-te ingenuamente o que sinto e o que penso. Mas sentimento e pensamento, indisciplinados, não se deixam agarrar. Vou jogar o que me vier à cabeça, à toa, sem ordem.
É verdade que és minha noiva? Não é possível, sei perfeitamente que tudo isto é um sonho, que vou acordar, que ainda estamos em princípio de dezembro, que tu não tens existência real. Esta carta nunca te chegará às mãos, porque não tens mãos, és uma criatura imaginária. A flor que me deste e que agora vejo, murcha, é simplesmente um defeito dos meus nervos. Beijando-a, tenho a impressão de beijar o vácuo. Já tiveste em sonho a consciência de estar sonhando? É assim que me acho. Vem para junto de mim e acorda-me.
Causaste uma perturbação terrível no espírito dum pobre homem que nunca te fez mal nenhum. Isto com certeza te dará alegria, porque todas vocês gostam de rasgar o coração da gente. Com esses modos românticos, esse rosto de santa que desce ao altar, és uma fera. Vieste chamar-me para passar quinze dias a fio cercado de saias. E quando me tens seguro: “Ora, meu caro senhor, deixe-se de histórias. Tudo foi pilhéria, não houve nada.”
Depois, uma reviravolta, estamos noivos. Ou não estamos? Ainda será engano meu?
Amo-te com ternura, com saudade, com indignação e com ódio. Confesso-te honestamente o que sou. Se te não agradam sentimentos tão excessivos, mata-me. Mas não me mates logo: mata-me devagar, deitando veneno no que me escreveres. Provavelmente sabes fazê-lo. Não devia ser como és.
Estou a atormentar-te, meu amor. Perdoa. Se não fosses como és, eu não gostaria de ti.
És uma extraordinária quantidade de mulheres. Quando me vieste pedir não sei que para o Natal, eras uma. Depois, em um só dia, ficaste duas, muito diferente da primeira. Desejei ver qualquer das três e levei à casa do padre um bacharel que vendia livros. Apareceu-me outra. Daí por diante o número cresceu, cresceu assustadoramente. Na sexta-feira, antevéspera de tua partida, encontrei pelo menos vinte. No sábado, em nossa casa, havia uma na sala, outra na sala de jantar, dez ou doze ao pé da janela. És multidão.
Como me poderei casar com tantas mulheres? O pior é que todas me agradam, não posso escolher.
Por que não te deixaste ficar mais uma semana? Por que não ficaste definitivamente? Tenho recebido parabéns pelo meu novo estado, há quem suponha que me casei contigo. Era o que deveríamos ter feito. Tudo tão fácil! E agora? Quanto tempo é necessário esperar ainda? Conheces algum padre que me possa casar sem confissão? Não estou disposto a ajoelhar-me aos pés de ninguém. Mentira: estou disposto a ajoelhar-me aos teus pés, a adorar-te.
Tenho o pressentimento de que te arrependeste do que fizeste. Estás arrependida? Se estás, sê misericordiosa, não mo digas agora.
Quando me escreveres, diz-me com singeleza o que há em teu coração... contanto que não sejam coisas desagradáveis.
Adeus, meu amor. (...) Beijo-te as mãos.

Teu Graciliano.

Créditos:

* Foto de Graciliano e Heloisa Ramos em 1948 - Disponível em: http://www.graciliano.com.br/index.html

* Imagem da capa - Disponível em: http://www.skoob.com.br/livro/sobre/25264

* Texto digitado pelos dedos indicadores dessa senhorita - Retirado de:
ORSINI
, Elizabeth (org). Cartas do coração: Uma antologia do amor. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 26-28.

É isso! Querem conhecer outras cartas desse livro? Estou saboreando-o devagar, tal qual chocolate... mas já posso dizer que há várias cartas que poderiam fazer parte dessa série.

Bjo! Até o próximo livro com coração...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Blogagem coletiva "Não ao Plágio"‏!


A blogosfera literária unida vem, através desta blogagem coletiva, mostrar seu repúdio a aqueles que se utilizam dos textos alheios para se projetar na web. O mundo virtual dos blogs é um espaço livre, de compartilhamento de ideias e opiniões, mas essa liberdade também deve ser norteada pelos princípios da ética e da camaradagem. Infelizmente, a ética e a camaradagem não têm sido respeitadas por algumas pessoas.
Nos últimos dias, tivemos conhecimento de que um dos blogs dedicados a falar sobre o universo dos livros, o "Nossos Romances", foi quase que totalmente copiado. A proprietária - e nós também - vimos que, além do layout do blog, vários textos foram simplesmente transplantados de um blog para o outro. A confirmação do plágio se deu a partir da comprovação que as mesmas resenhas publicadas no blog Nossos Romances, estavam publicadas aqui.

Plágio 1 ~ Plágio 2 ~ Plágio 3 ~ Plágio 4 ~ Plágio 5 ~ Plágio 6

As blogueiras têm consciência de quando os textos estão inseridos na internet, há possibilidade de menções e cópias, mas o que não é admitido é ter os nossos textos copiados, sem a nossa autorização ou, pelo menos, um aviso de que o texto será reproduzido. A falta desse aviso é compreendido pelas blogueiras como uma simples cópia com o intuito de aproveitar-se da audiência e/ou sucesso alheio.

O caso do blog Nossos Romances que teve seu template e textos copiados, chegou a tal ponto que até o domínio .
com.br foi registrado.

A ação é considerada como plágio e a blogosfera literária repudia, abomina e, em conjunto, vem denunciar essa atitude.


Créditos:

- Texto de autoria coletiva;
- Imagem de abertura (como também do banner na sidebar): Julianna Steffens (do Lost In Chick-Lit);
- Imagens do plágio: Tonks (do Romances In Pink).



Se você tem um blog ou site e acha a questão relevante, divulgue também! Nesse caso, e só nesse, não faz mal utilizar o control c + control v.

Eu sei que "errar é humano"... às vezes, nem temos consciência que estamos copiando algo de alguém, principalmente utilizando imagens disponíveis no google - passei por isso recentemente, inclusive. Já me desculpei com a pessoa e retirei os itens do meu blog. :( - Mas o que foi feito com a Lili, foi maldade e ponto. Até porque, para copiar textos de outrem, deve-se visitar a página em questão e saber direitinho o que está fazendo. Nosso protesto é sério. Não é brincadeira. Errou? Assuma seu erro e tente fazer o possível para ficar com a consciência tranquila.

Essa senhorita, revoltada e sensível ao caso da Lili e de tantos outros, apoia e diz: "Não ao plágio!".

Beijos!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A lista de vampiros TDB só aumenta!


Beth Fantaskey - Jessica e o Guia Para Relacionamento Sombrio.

Título original: Jessica Guide To Dating On The Dark Side.

Casar definitivamente não estava nos planos de Jessica Packwood, mas um bizarro (e incrivelmente quente) novo estudante de nome Lucius Vladescu aparece, e diz a Jessica que ela é uma princesa da Romênia que está destinada a casar com ele desde que nasceu.
Armada com seu novo livro de "Crescendo com o Morto-Vivo: Um Guia Adolescente para Encontros, Saúde e Emoções com Vampiros” Jessica precisa fazer uma dramática transição de uma adolescente normal americana para uma princesa vampira.
Mas quando as deliciosas líderes de torcida ganham a atenção de Lucius, Jess se descobre brigando com si mesma para ganhar de volta a atenção dele, parar uma guerra entre os clãs vampiros e salvar a alma de Lucius da destruição eterna.
“Apenas se lembrem, garotas: Um jovem vampiro do sexo masculino é um predador por natureza. Alguns garotos podem olhar você não só com um interesse romântico, mas como presa...”


Comentários:

Por que será que os vampiros nos conquistam tanto? Pessoalmente, quando acho que já estou enjoando, encontro um livro que me chama atenção e me prende... quando penso que não, já estou com o pescoço à mostra, só esperando outra mordidinha...

Vamos aos detalhes de mais essa história vampírica:

À primeira vista, mais um livro que se apoiou na fama de Twilight. Mais um Edward, abnegado e “aromeuzado” (E essa palavra existe? Sei lá. Leia: semelhante ao herói da conhecida tragédia shakespeariana, Romeu e Julieta) que conquista o coração de sua amada com a mistura de não-me-toque-sou-perigoso! com as mais doces palavras de amor.
O que posso afirmar é que a Meyer abriu um espaço para as autoras do sobrenatural e que nós, leitoras, poderemos encontrar bons momentos se pusermos de lado o pensamento de que todo livro de vampiro deve seguir a fórmula twilight...

Sabendo disso, vamos deixar o Edward de lado (ai, dá uma pena! rsrs) e conhecermos o Lucius Vladescu.

Jéssica Packwood é uma garota comum. Mora em uma fazenda com seus pais, está terminando o colegial, adora usar a chapinha para alisar seus cachos, tem uma amiga descolada, sempre de olho nas revistas de moda, quer emagrecer e chamar atenção de um vizinho gato que estuda com ela. Até aí tudo bem, né?
Ela nem poderia imaginar que sua vida previsível, seus planos lógicos, pudesse ir por água abaixo com a chegada de um estudante de intercâmbio romeno que afirma ser seu noivo. Ele deve ser louco, pois diz ser um vampiro.
É aí que seu passado vem à tona e Antanasia Dragomir ressurge. Afinal, esse é o verdadeiro nome de Jéssica, que foi adotada ainda bebê. Na verdade, ela é a descendente de um clã de vampiros poderosos da Romênia e, antes de morrerem, seus pais biológicos assinaram um pacto de paz estabelecendo a união entre os Vladescu e os Dragomir, através do casamento entre Antanasia e Lucius.
Agora ele reclama sua noiva. Mas Jéssica só quer seguir com a sua vida. Será que ela poderá aceitar suas responsabilidades como uma Dragomir ou deve negar-se a casar com aquele garoto que diz ser vampiro, apesar de sentir seu coração disparar ao fitá-lo?

Esclarecendo alguns pontos:

* Conselho rápido: Nunca julgar um livro pela capa ou título!

* Romance adolescente, mas muito gostoso de ler, viu?! Bem escrito, envolvente, com tiradas engraçadas e românticas. Cheio de reviravoltas. Quando está tudo encaminhando para um fechamento sinistro, temos outro desfecho. Gostei bastante!

* Já ouviu essa frase: “A gente só dá valor quando perde” ? Pois é! A Jéssica deve ter sido a inspiração para a criação dela. Não seria propriamente um spoiler, afinal já está no resumo oficial do livro, dizer aqui que o Lucius fica atrás de Jessica, querendo conhecê-la e conquistá-la durante um bom tempo da história, mas ela nem “dá cabimento” (como minha mãe costuma dizer...). Quando Lucius parece estar “em outra”, finalmente ela abre os olhos e vê o que está perdendo. Será que outra frase da sabedoria popular, “Antes tarde que nunca”, irá se encaixar aqui? Leia a história e fique sabendo... rsrsrs (gargalhada malvada!)

* O livro é narrado por Jéssica, quase como um diário. Mas o interessante é que antes de alguns capítulos há uma carta que Lucius escreve para o Tio Vasile, contando como vai sua vida e as novidades do “noivado”. Assim, podemos conhecer mais esse vampiro tudodibom e saber o que ele está sentindo.

* Gostei de Lucius... mais ainda de sua evolução ao longo da história. Afinal, ele aparece sendo muito autoritário e pedante. Aos poucos, com o convívio com Jéssica e sua família, ele passa a redescobrir sua humanidade e lutar pelo seu direito de escolha, sua liberdade.

* As personagens são bem construídas... e as atitudes, plausíveis. Afinal, se um garoto revelasse ser um vampiro, provavelmente, o consideraria louco, não? Você sentiria falta das atenções de um rapaz se esse transferisse o gostar para outra pessoa? Você, certamente, preferiria sofrer a expor a pessoa amada ao perigo?

* O final deixa um gostinho de “quero mais”... possivelmente haverá uma continuação. Pelo menos no site em que baixei, Livros Grátis, estava indicado como o primeiro de uma série. Procurei saber, mas meu inglês não passa do the-book-is-on-the-table. Quem souber qualquer coisa sobre essa série pode deixar um recadinho? Eu incluirei aqui com os devidos créditos, ok?!

* A Paulinha, gentilmente, atendeu meu apelo e deixou o seguinte comentário com relação à continuação do livro em questão:

"... no site da autora tem o casamento da Jessica e do Lucius (22 capítulos mais o epílogo). É só esperar alguém se dispor a traduzir..."

Obrigada, Paulinha! Vamos torcer para que esse alguém traduza logo, não é? Estou com muita vontade de ler... ai, preciso entrar em um bom curso de inglês o quanto antes! :(

Obs: Adivinhem? Acabei de saber que O Casamento já está disponível. "Corri" para editar o post e fazer feliz quem, assim como eu, gostou do livro e estava aguardando a sequência.

Podem baixar O Casamento de Jessica e Lucius aqui!

Créditos: Romances Sobrenaturais. Para quem gosta dessa temática, encontrará ótimos e-books lá.

Destaques românticos:

1.
"– Estou cansado da sua ignorância – ele se aproximou de mim, se inclinando e olhando fixamente nos meus olhos. – Já que seus pais se negaram a informá-la, entregarei as notícias eu mesmo, e farei disso o mais simples que eu puder – assinalou para seu próprio peito e anunciou, como se estivesse falando com uma criança. – Eu sou um vampiro – apontou para meu peito. – Você é uma vampira. E estamos destinados a nos casar, quando você tiver a idade. Foi decretado assim desde o nosso nascimento.
Não pude processar nem a parte do “casar”, ou do “decretado”. Eu tinha me perdido na palavra “vampiro”.
Louco. Lucius Vladescu é completamente louco. E eu estou só com ele, em um estábulo vazio.
E foi quando eu fiz o que uma pessoa sã faria. Joguei a pá em direção a seu pé e corri para casa rapidamente ignorando seu grito de dor."

2. "Aproximando-se de mim, Lucius se agachou para que ficássemos cara a cara. Pela primeira vez, vi curiosidade, não desprezo ou brincadeira ou puro e bruto poder, em seus olhos escuros.
– Realmente seria tão repugnante, Antanasia? Estar comigo?
Eu não tinha certeza do que ele queria dizer, mas pensei que ele estava falando de... nós dois juntos, não em algo político, mas sim de uma maneira romântica.
Eu não disse nada. Lucius Vladescu realmente achava que eu me apaixonaria por ele, somente porque ele tinha um rosto lindo? Um corpo de matar? Eu não tinha nada a ver que ele tivesse que usar a mais sexy e picante colônia que eu já tinha cheirado..."

3. "Ser magra está na moda", eu aconselhei. "É bonito."
"Ninguém devia confundir 'na moda' com beleza", Lucius corrigiu. "Confie em mim, homens não ligam para o que as revistas de moda dizem. Eles não acham que mulheres esqueléticas são 'bonitas'. A grande maioria dos homens prefere curvas." Ele mergulhou uma colher no tofu congelado e veio em minha direção, segurando-a para meu rosto. "Coma. Fique feliz em ter curvas. Uma presença."

4. (...) "Certamente, a qualidade que mais me incomoda de Antanasia – mencionada acima – é a mesma coisa que lhe ajudará a ser uma líder. Ela se opõe a mim, Vasile. Quantos estão dispostos a fazer isso? Há muita inteligência nos olhos dela, também. E uma determinada indicação de zombaria – marca de pureza em nossa classe. Ela é linda, também, Vasile. Ou seria se não tentasse fortemente esconder isso. Se ela só acreditar que é bonita."

5. "Quanto à Antanasia. . . Vasile, o que posso dizer? Ela respondeu ao meu acidente com o valor, a vontade e a coragem de uma verdadeira princesa vampira. E, no entanto, uma princesa possuidora de um coração bondoso. O que devemos perguntar a nós mesmos, que isso significa para ela em nosso mundo?
(...) E você não a ouviu chorar, Vasile. Você não sentiu a sua dor, como eu senti, quando ela pensou que eu estava destruído. . . . Era palpável para mim, Vasile. Isso rasgou através dela. Antanasia-não, Jessica, é suave, Vasile. Macia. O coração dela é tão meigo que ela não conseguiria ajudar, mas lamentar, até mesmo eu sendo um homem que ela mal consegue suportar."

6. "Ela não é bonita, Antanasia?
Ela não é poderosa?
Ela não é da realeza?
Ela não é exatamente como você?

Era quase como um poema. Uma composição poética lírica. Pra mim."

~> Gostou? Baixe aqui!

É isso! Até o próximo livro com coração!
Arrivederte!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Série Devaneios da Srta. Camilla - número 2


Devaneio nº 2

Da solteirice;

Meu príncipe encantado
Só pode ter ficado com a vovozinha
Ou virado purpurina.

~ * ~ * ~

Moral da história: Nada nunca é tão ruim que não se possa encontrar um motivo para dar risada...
:P